sábado, 27 de junho de 2009

Plágio utópico, hipertextualidade e produção cultural e eletrônica


O plagio não é de todo mal dependendo das condições sociais, um dos principais objetivos do plagiador é restaurar o fluxo dinâmico e instável do significado, apropriando-se de fragmentos da cultura e os recombinando. Dessa forma, podem ser produzidos significados que não estavam anteriormente associados a um objeto ou a um determinado conjunto de objetos.


A tecnocultura cumpriu essa exigência com bases de dados e redes eletrônicas que rapidamente deslocam qualquer tipo de informação, sob condições como essas, o plágio preenche os requisitos de uma economia da representação, sem sufocar a invenção.


O sonho do plagiador é ser capaz de baixar, mover e recombinar textos com comandos simples e de fácil uso. Talvez o plágio legitimamente faça parte da cultura pós-livro, já que apenas nessa sociedade ele pode tornar explícito o que a cultura do livro, com seus gênios e auteurs, tende a ocultar: que a informação é mais útil quando interage com outra informação, e não quando é deificada e apresentada no vácuo.


A produção do texto pressupõe sua distribuição, seu consumo e sua revisão imediatos. Todos que participam da rede também participam da interpretação e da mutação da corrente textual. O conceito de autor não morreu, é mais uma questão de ter simplesmente cessado de funcionar. O autor se tornou um agrupamento abstrato que não pode ser reduzido à biologia ou à psicologia da personalidade.

Fonte: www.rizoma.net/interna.php?id=163&secao=colagem

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